quinta-feira, 10 de julho de 2008

Karla Marília

O DILEMA DA MULHER MODERNA: CASAR OU NÃO CASAR
Espartilhos
Para quem vivia presa até o século 18 em espartilhos, a mulher moderna parece estar muito bem: conseguimos o direito ao voto, a usar a pílula anticoncepcional e ter uma carteira de trabalho assinada – ainda que muitas vezes o salário seja menor que dos homens. Há muito ainda a ser conquistado, obviamente. Os homens, porém, não parecem muito à vontade nesse novo contexto feminino. Muitos reclamam: “Elas querem direitos iguais, mas não racham a conta”, ou “será que ainda precisamos mesmo abrir a porta do carro para elas entrarem?”. Parecem questionamentos simplórios, mas demonstram quanto os homens parecem confusos.
A mulher hoje, após a euforia dos anos 70 e 80 na ampliação dos seus direitos, analisa se esse ganho não foi recheado de perdas: mal dá tempo para ver os filhos, o corre - corre é inegável, trabalha como uma louca, recebe salário de menos e ainda tem que cumprir os papéis de esposa e dona de casa. Aliás, ela continua dona de casa, controlando gastos e o orçamento familiar. Muitas optam pelo famoso papel de mãe independente, sem marido, a família se resume nos filhos. O resultado é que assumir sozinha todas as responsabilidades. Esperando um vôo, tive a oportunidade de conversar com uma mulher iraniana. Professora de línguas, morando no Brasil, mas trajando a sua burka, ela disse sentir “pena” das mulheres ocidentais, o que me causou estranheza. “Vocês trabalham lá fora como seus maridos, são como homens também. Nós somos tratadas como mulheres, com nossas fragilidades e vaidades, eles sustentam os filhos e a casa, e vocês são tratadas por seus maridos como homens”, afirmou. “Como homens”. Foi uma análise radical da situação da mulher ocidental, mas tentei entender o que ela quis dizer. Na verdade foi um alerta de que estamos nos “embrutecendo”. A independência foi tanta, que os homens tratam as mulheres de igual pra igual - e não somos iguais, apenas em direitos e deveres –e sentimos falta daquela “proteção” que o homem muitas vezes nos conferia.
Para Estela, analista de sistemas, casada e mãe de dois filhos, ela demonstrou que conseguia tanto “fazer tudo”, que muitas das responsabilidades rotineiras ficam sobre suas costas. Levar crianças na escola, procurar uma nova babá, marcar dentista para as crianças, ás vezes para o marido também, fazer o supermercado e lembrar do aniversário da sogra, chamar o mecânico para consertar o carro e, é claro, ainda cumprir um expediente de 8 horas de trabalho. Mas nem todos os casais são assim, outros dividem à risca as tarefas e o diálogo é a ferramenta-chave da relação.“Pode ser, mas a maioria das minhas amigas tem um casamento nos moldes do meu”, garante.
Antes o modelo de casamento parecia fácil: a mulher cuidava da casa e o homem batalhava lá fora. As queixas femininas, no entanto, eram constantes. “Hoje, pelo menos trabalhamos, e se o casamento não dá certo podemos ir embora sem olhar para trás e não fazer como nossas mães ou avós, que agüentavam uma união fracassada pelo simples fato de não terem como se sustentar”, Estela analisa. O problema é que as queixas femininas continuam, ainda que tenhamos conquistado nossos “direitos”.
“Eles não querem namorar”
Cristina, professora universitária, é uma mulher que, pode - se dizer, tornou-se bem sucedida na sua profissão. Aos trinta e oito anos, divorciada e com uma filha, reclama que não existem homens interessados em um relacionamento mais “sério”. “Trabalho, sou independente financeiramente, passei dos trinta e sei bem o que quero”, avisa. Será que por isso mesmo os homens estão “fugindo” dela? “A verdade é que para diversão eles estão disponíveis, mas não querem namorar. O problema sou eu?”, questiona. Essa história de “o problema sou eu” assola muitas mulheres. E não há problemas, mas sim desencontros. Otávio, 49 anos, divorciado, dois filhos, diz que se “assusta” com as “mulheres de hoje”. “Já chegam dando em cima, parecem desesperadas. É atitude demais para charme de menos”, justifica. Diz ainda que a paquera, a insinuação feminina, o resguardar de si para o depois é raro atualmente. “Tudo é muito mecânico. E se o homem não tiver a fim, a maioria delas fica furiosa. Parece que é obrigatório ter alguém”, continua.
Alzira é assistente pedagógica, um filho, 40 anos. Leva o que chama de uma “relação light”. “Ele na casa dele, eu na minha. Não nos vemos todos os dias para que a saudade um do outro continue. Fico com o lado bom, sem os problemas”, garante. E os “problemas”, segundo ela, são contas em comum para pagar, filhos, cachorros, aluguel e mais uma infinidade de “coisas chatas” que “desgastam” o relacionamento. Poderia se dizer que é uma relação superficial? “Se é não sei. Só sei que escolhi esse tipo para mim e é o melhor”, encerra. Um ponto interessante: antes, há não muitas décadas atrás, as opções eram apenas duas: casar ou virar uma solteirona. As mais “afoitas” tinham seus amantes e eram consideradas “mulheres sem valor”. “Antes tudo era diferente”, fala Ondina, 70 anos. “Minha mãe dizia: saiam do portão de casa ou vão ficar mal-faladas, sem arrumar um marido. Hoje homem não quer compromisso por que as mulheres estão fáceis”.
Fáceis ou não, hoje a mulher tem lá suas opções. Pode viver a vida só namorando, até com vários parceiros, e sem correr o risco de ficar “mal-falada”. Para os homens, apenas namorar pode ser a resposta para suas preces. “Elas enchem menos o saco da gente. Casar só piora. Aliás, elas são ótimas, já tem tudo. Pra quê precisam da gente?”, pergunta Osvaldo, solteiro, estudante de Medicina. “Não queremos namorar pelo simples fato de ter um monte de mulher por aí”. Isso pode ser interpretado como cinismo.
Para muitas mulheres ter um parceiro, ainda que não seja o ideal, já é lucro. Até por que idealizar é um verbo que pode ser perigoso quando conjugado. Mas as mulheres, que agora acumulam inúmeros papéis sociais, inclusive muitas vezes semelhantes aos homens, por isso mesmo exigem mais de seus relacionamentos. Talvez por isso, o homem, já confuso com essa recente super -mulher, fuja dos compromissos simplesmente por não saber lidar com essa nova realidade. “Eu quero casar e quero ter filhos, ter uma vida como a dos meus pais. Eles fizeram 56 anos de casados”, Letícia, 24 anos e mãe de um bebê de seis meses, quer casar. Por causa da gravidez, havia trancado o curso de Psicologia, mas pretende voltar o mais rápido possível. “Eu e meu namorado terminamos por causa da gravidez. Meu pai disse que antigamente, um adolescente de quinze anos já era considerado um homem. Hoje, os homens estão cada vez mais imaturos, crianças, mesmo. A maturidade sempre é cobrada da mulher”, se queixa. Na verdade, os homens estão saindo mais tarde da casa dos pais e mais: estão casando mais velhos. Mas não são apenas os homens: as mulheres estão casando mais tarde e conseqüentemente tendo filhos com uma idade mais madura. O foco principal feminino é a carreira profissional. Depois se casam. Mas ainda que estejam focadas na carreira, elas continuam procurando um parceiro para a vida toda.
Algumas mulheres que almejam um marido e se casam sem um emprego, ou deixam de trabalhar após o casamento, sentem-se frustradas. “Por que a cobrança não é apenas dos maridos, mas de todo um círculo social. Vira até preconceito das próprias mulheres: ‘Nossa você não trabalha fora?! Fica apenas em casa ?!’, elas gritam surpresas, como se eu tivesse uma doença contagiosa. Como se cuidar de uma casa e filhos fosse tarefa fácil”, diz Tisa, que optou por acompanhar o crescimento dos filhos, cuidar da casa e do marido. “Não vejo vergonha nenhuma nisso, nem me sinto uma provinciana ou uma mulher da Idade Média. Simplesmente sou feliz assim, que me desculpem as ‘executivas de plantão’”, diz.
Obviamente trabalhar fora ajuda no orçamento familiar e na realização pessoal, mas não significa que seja um ponto determinante para um casamento feliz.
Em suma, segundo o psicólogo Osmar Arinos, não existe receita para ser feliz. “Cada um tem uma noção diferenciada de felicidade e satisfação diante da vida. Talvez por isso, a felicidade seja algo tão indefinível”, arremata.
Karla Marília Meneses

11 comentários:

didi disse...

Verade, q esse blog falou tudo desa lei seca chata

Larissa disse...

SERA Q AS MULHERES VÃO CONTINUAR PREOCUPADAS EM SER O Q SÃO POR CAUSA DE OPINIOES DOS HOMENS???

Dieguim disse...

Esse blog é merda p caralho, n tem foto, tem q ter foto porraa

tiago disse...

oi carla lembra de mim, tiago estudamos junto no Direito. Muit bem escrito o artigo aí, mas acho q lei é lei no brasil só da assim, apesar das cervejas q se tomam, tem q prender. VC nao acha????

tiago disse...

vai desculpando a franqueza, rsrsrs

Alessandra disse...

Pq essa coisa aí sobre as mulheres? Achei pegorativa, esses comentarios.....

patricinha disse...

naum entedi nada da coisa das mulheres aí, coisa idiota

lilica disse...

nao to nem aí p essa lei, nao bebo mesmo

robert42 disse...

essa lei o bicho ta pegando

Cris disse...

pq vc n escreve sobre um assunto mais dificil??? Escrever sobre beber e mulher é fácil! QUE TAL SOBRE UM LIVRO, OU SOBRE OS EUA E O BARAK OBAMA??

Ferraz disse...

Esse texto aí sobre as mulheres é de fato verdade....