EU NÃO SOU FORAGIDO!"

Que coisa... depois das idas e vindas de Dantas da prisão (os magistrados não se decidiam, parecia partida de pimbolim), delegado da PF que abandona o caso e "escutas" telefônicas que abalaram até o Palácio do Planalto, quem me aparece? Cacciola! Ah, vc não deve lembrar dele. Temos apenas uma vaga sensação que ele fez algo de errado. E fez: importação ilegal de divisas, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e por aí vai... uma beleza. O interessante é que o bonito me vai e diz que "não é foragido". Ah tá, então Mônaco agora faz parte do território brasileiro... ãrram.

Mas crimes a parte, até simpatizo com nosso Cacciola, que encontrou no Brasil uma terra fértil para suas traquinagens financeiras: o banqueiro nasceu na Itália durante a Segunda Guerra. O pai, Luigi Cacciola, era sócio de uma pequena firma que faliu e o resultado vocês já sabem: mais uma família morta de fome desembarcando no Brasil.

Mas nosso "Cacciolinha" tinha alguma coisa na sua cachola: começou trabalhando em uma corretora e quando o cruzeiro desvalorizou ele já tinha a sua. Para o famigerado banco Marka foi um pulo. Não podemos dizer que ele não tem um perfil "empreendedor". Enquanto isso, o seu primeiro casamento afundou, o segundo com uma Miss Brasil também implodiu, e de repente lá estava ele há 4 dias, na mão de sequestradores no interior do estado do RJ. Sabe-se lá como, Cacciola conseguiu fugir dos caras. Talvez a partir daí ele tenha ficado especialista em fugas, não só de bandidos mas também da polícia.

De qualquer forma, a vida pessoal é cheia de atributos dignos de uma ópera trágica ou de um roteiro de filme: casamentos desfeitos e morte da filha de apenas 24 anos, onde a polícia não resolve se houve crime ou suicídio.

Lança o livro Eu, Alberto Cacciola, Confesso: o Escândalo do Banco Marka. Na verdade, Cacciola não confessa nada, o que faz mesmo é xingar a imprensa e o FHC.

Bom, o queijo italiano tá aí: mofado, meio fora do ponto, mas tá. E deve ser preso, mesmo. Mas que ele comeu um dobrado quando ele tava solto, ele comeu... ah, comeu.