quinta-feira, 14 de maio de 2009

Serra da Canastra


Estávamos indo para São João, pequeno vilarejo na Serra da Canastra. O carro não estava dos melhores e vimos uma placa singela: 'Portal da Canastra'. Mudamos de rumo, na estrada de chão e não nos arrependemos.

O visual era espetacular: muito verde a quase 2 km de Sacramento e próximo ao Parque Nacional da Serra da Canastra. Aconchegante, uma comida tipicamente mineira, piscina adulto e infantil e claro: fomos recepcionados por um cão gold retriever que só falta falar: Brad, um cão guia, o companheiro de infindáveis visitas às cachoeiras impressionantes.

De fato, região da Serra da Canastra, Minas Gerais, tem a mais deslumbrante e desconhecida paisagem do Brasil. Isolada pelas estradas de terra, entrou nos roteiros de viagem como lugar privilegiado para a prática de rappel e esportes radicais e turismo ecológico.

Mas o hotel Fazenda Serra da Canastra alia tudo isso a tecnologia. Vc tem à sua disposição canal a cabo e internet wireless. Se alguém está de helicóptero, não se acanhe: há espaço sificiente para um heliporto.

A surpresa não pára por aí: vc pode andar a cavalo e ver as vacas de leite com tanta naturalidade, quanto ver seu filme preferido na TV. Com o clima ameno, um vinho à beira do fogo é uma boa pedida.

As trilhas suaves e as cachoeiras verdadeiros espetáculos que regam piscinas naturais. E Brad sempre a frente. Os donos do hotel fazenda, nossos anfitriões, são gente de sorriso fácil e braços abertos: a fazenda tem as portas abertas. Atenção para a comida admirável de Nancy, mulher igualmente admirável.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Manual para ser uma Celebridade: step by step!

$$$$$ Parece que a imagem "canastrona" que todo mundo faz de um artista atualmente, seja ator, pintor, escritor ou bailarino é a de um indivíduo com "ar" de filósofo, completamente desapegado dos bens materiais. Será? Palhaçada. Provavelmente mais uma "gracinha" de marketeiros incautos... tem que ter um quezinho de fashion.

!!!!!!! Discrepâncias à parte, existem muitos "artistas" por aí que ganham rios de dinheiro e não sabem nem contar até três. Diga-se de passagem, aqueles cantores de hip hop ou os famigerados pagodeiros, que erram magistralmente nas concordâncias verbais. É uma beleza.

@@@De qualquer forma, essa história de ficar vendendo livros debaixo da chuva em porta de escola, ou declamando versinhos de quinta categoria em barzinhos onde ninguém está nem aí é a mais pura essência de um comportamento beirando a esquizofrenia. Melhor deixar os tais "poeminhas" no fundo da gaveta da pensão imunda em que você mora. O primeiro passo para você ser rotulado como "artista" beira ao ridículo e é um verdadeiro manual prático:

a) Precisa falar difícil e sobre coisas que fazem sentido só para você mesmo. O público não interessa e você será ovacionado pela sua perspicácia e "bagagem cultural";
b) Outro ponto é não se orientar por pesquisas com o público: você acha mesmo que um cara que vive de pagar impostos, ver o Domingo Legal e tomar umas pingas ouvindo...-deixa prá lá -vai entender sua "sensibilidade" de artista?
c) Faça de conta que você é um personagem, invente uma personalidade dominante: qualquer um pode fazer isso. Você pode inventar um jeito meio descolado: roupas extravagantes, um "oclão" na cara e quem sabe um colar daqueles bem indiscretos. Se tiver relações homossexuais, ou pelo menos espalhar boatos, também vale. Afinal, esse é um trunfo sabiamente utilizado pela Madonna e Michael Jackson;
d) Se você quiser dar uma de filósofo ou escritor, deixe a barba o cabelo crescer e fale muitas palavras difíceis. Pegar o dicionário do Aurélio Buarque de Holanda e varar a madrugada decorando aqueles termos mais escabrosos, melhor ainda;
e) Faça pose de excêntrico e use roupas amarrotadas e, de preferência, sujas;
f) Lembra daquela escultura de Rodin em que o homem vive com a mão no queixo? Pois é... Use do artifício de estar sempre introspectivo, pensativo e cultive manias das mais bizarras possíveis.


$$$$$$Se você quiser ser um artista mais "mercadológico", a atitude é o que conta: use drogas pesadas, roupas coloridas e ande com a galera mais conhecida. Seja popular, vá em todas as festas. Cumprimente todo mundo, dê uma de "político" e esforce-se ao máximo em ser fotografado ao lado de figuras "ilustres". Você pode estar maluco para ir naquela festa da socialite tal, mas assuma uma postura blasé, como se não estivesse nem um pouco a fim. Aliás, você vai "pensar se vai poder ir", se sua agenda não estiver "lotada". Quando estiver na balada, não se esqueça: fique fazendo poses como se estivesse frente às câmeras de TV e faça "cara de nojo", como se tudo fosse entediante, até aquela festa maravilhosa, com mulheres e homens extraordinários, regada a champanhe Cristal e vinho francês.

xxxxxx Como foi citado antes, a atitude é o que vale. Qualquer coisa que você for fazer, transforme em um grande espetáculo. De vez em quando - só de vez em quando - quebre algum bar, bata no namorado(a) na frente dos outros e torre seu dinheiro regularmente com roupas e sapatos novos. Só pra ninguém achar que você é narcisista.

sábado, 13 de setembro de 2008

Fernando Meireles e a Cegueira


Ainda que esteja dividindo os críticos internacionais, o filme de Fernando Meireles, "Ensaio sobre a Cegueira" tem recebido adjetivos tais como "ousado", "vibrante" e "impactante". De acordo com o jornal britânico "The Guardian", Meireles fez um trabalho de "mestre". Não sei. Não sei por que não vi e se visse, também não tenho bagagem para ser crítica de cinema.
De qualquer forma, o livro de Saramago é uma coisa de louco. Saramago me faz rolar no chão de inveja.
O filme foi apontado em Cannes como o "melhor" do festival. Já os jornais americanos desceram a lenha, alegando que Meireles pecou no excesso de estética, o que o deixou "estilizado", diminuindo o impacto do enredo. Ah, brasileira como sou, digo que Tio Sam está é com dor de cotovelo do nosso diretor.
Para situar o leitor, o enredo aborda a emergência de uma praga repentina em uma cidade, é a "cegueira branca" — pois as pessoas infectadas percebem em seus olhos nada mais que uma superfície leitosa. A enfermidade lentamente se espalha pelo país. Aos poucos, todos acabam cegos e reduzidos, pela obscuridade, a meros seres lutando por seus instintos. Curiosamente, apenas a mulher (Julianne Moore), não foi afetada.
O romance nos mostra o desmoronar completo da sociedade. Cegos, precisam confiar uns nos outros quando os seus sentidos físicos os deixam. A luta pela dignidade é comovente.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

VOLTAMOS!

Vai uma saladinha aí?

Essa vai para os que me enviaram emails
dizendo que meus posts estavam muito 'sérios'.

Depois de uns dias de jejum, confesso que a vida (ainda) fora da rede é mais maluca. Basta ler e ouvir os noticiários.

E a onda noticiosa agora são as 'mulheres frutas'. Olha que todas as frutas que estas mulheres usam para se apelidarem, apodrecem. Eu tenho mais de trinta e três, idade suficiente para acompanhar as "louras burras", "cachorras", "popozudas" e por aí vai.
Atualmente, o que embala as bundas avantajadas é uma tal melodia do "Créu", com incontáveis velocidades. As "louras burras" ficaram para trás... as "popuzudas" estão com os traseiros caídos e as cachorras hoje usam bengalinha. Hoje as "mulheres frutas" que mandam no pedaço. Pedaço mesmo, por que qualquer brasileiro que se preze quer uma lasquinha da Melancia, que, aliás, nua na Playboy por duas vezes em um ano só, foi recorde de vendas. Por quê? Adivinha: a paixão nacional dela é, digamos, bem avantajada.
E é Mulher Jaca, Mulher Maçã, Mulher Melão (vide os peitos da moça, que jura não ter silicone!) e é um pomar só, uma salada de fruta que agrada a qualquer paladar. Mas será que agrada mesmo?

Tá certo que o corpo da Mulher Moranguinho faz as mulheres correrem chorando prá academia.
Mas em uma entrevista, a moça seminua se atrapalhava nas concordâncias verbais e dizia ter sido assediada por um apresentador de TV, mas que "jamais contaria". Comecei a analisá-la a fundo (se é que isso é possível,rsrs). Era apenas uma garota, a mais "bonita do bairro". É só uma entre tantas que sonha em ter seus 15 segundos de fama - que agora, pela rapidez do descarte de celebridades, são segundos, não minutos. Só mais uma mocinha bonita que gosta de ursos de pelúcia, roupas bonitas, tomar sol e dançar.

Já o perfil da "Mulher Melancia" é outro: a mulher fala errado e assume que fala. Diz que posa nua mesmo e pronto. Que usou o dinheiro para comprar uma casa nova porque não aguentava mais "aquele barraco". Respondeu às críticas do novelista global Walcyr Carrasco com uma ironia inocente: "Mas prá que que uma pessoa tão inteligente e ocupada como ele vai perder tempo comigo?", indagou candidamente, piscando os olhos.
Eu fico pensando aonde está aquela mulher brasileira cantada em verso e prosa. Tom Jobim e Vinícios de Moraes devem estar se revirando no túmulo. De fato a Garota de Ipanema virou vovó (não só a Helô Pinheiro, a melodia também). O mais incrível é que o responsável por essa salada toda, o DJ e produtor musical (ele diz ser) MC Serginho, garantiu que a melodia do "Créu" foi inventada pelo seu filho de 4 anos. Ah, tá... Então já sabemos o que os professores vão cantar na escolinha na hora da fila do lanchinho: adivinha...Essa não convence.
Sei lá se as mulheres realmente estão com crise de identidade. Impossível estar. Com essas bundas em todos os ângulos possíveis na TV, e essas frutas de gomos de fora, fácil saber que padrão NÃO seguir. Não vou dizer que não sejam gostosas, mas que sejam sábias: curtam intensamente a fama rápida. O final delas todos nós já sabemos: ou vão fazer filme pornô ou virar crentes e gravarem um CD gospel. Bom, vai saber.

De qualquer forma, vale uma reflexão sobre o assunto. Claro que no Brasil ter uma boa bunda pode abrir portas. Mas será que, se houver apenas esse atributo, as portas continuarão aberta$?



Essa recebi por email: ridiculamente engraçada. Aposto que aquele amigo panaka te enviou também!

Mulher Melancia : Redonda, pesada, o caroço engasga.
Mulher Maracujá: Tem a cara enrugada.
Mulher Mexirica: É fácil de abrir mas é cheia de gomos.
Mulher Banana: É pesada e dá indigestão se for comida antes de dormir.
Mulher Abacaxi: Gostosa porém a preparação requer muita paciência.
Mulher Morango: É bonita, vistosa, mas estraga com facilidade.
Mulher Limão: Com pinga é uma delícia, mas depois dá uma azia lascada.
Mulher Acerola: bonitinha mas azeda
Mulher Laranja: Adora ser chupada.
Mulher Jaca: Ninguém consegue comer todo dia.
Mulher Maçã: É fácil de encontrar e dá o ano inteiro.
Mulher Pêssego: A maioria está em conserva.
Mulher Ameixa: Só dá uma vez por ano.
Mulher Coco: Tem a cabeça dura e cheia d'agua.
Mulher Mamão: Só dá na posição mamãe e papaya.
Mulher Framboesa: Só dá no estrangeiro.
Mulher Romã: Ninguém sabe onde encontrar.
Mulher Laranja-Lima: Não tem gosto de nada.
Mulher Pêra: Tem o tronco fino e a bunda grande.
Mulher Goiaba: A maioria vem bichada.
Mulher Jabuticaba: Quando se come demais, fica-se 3 dias sem ir ao banheiro.
Mulher Abacate: Se comer todo dia engorda.
Mulher Uva: Tá sempre enroscada em algum cacho.
Mulher Kiwi: É estranha mas gostosa.
Mulher Ingá: Só quem já comeu conhece.
Mulher Fruta-do-Conde: Dá mais trabalho pra comer do que parece.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

BARAKA: O ASSOMBRO


Com abundância aterradora de imagens, o documentário a mim pareceu semelhante aos trabalhos do cineasta Akiro Kurosawa (diga-se de passagem, o belíssimo Sonhos).

O homem foi retratado de uma forma realista. A batalha contra o Tempo, a vida moderna e a tecnologia, que, ironicamente, nem sempre está a favor da Humanidade. Paralelo a esse raciocínio, imagens de tribos e civilizações milenares são descortinadas perante nossos olhos. Seus rituais ancestrais demonstram a ligação extremada do gênero humano com a água, o fogo, enfim, com os elementos e o meio onde vive.

A impressão é que o homem moderno rompeu o elo que havia com a natureza. A sagrada relação de respeito e ternura, com a natureza - a qual o homem faz parte - foi desgastada.Observando a postura atual da raça humana, observa-se que o desgaste foi promovido por uma assombrosa expansão tecnológica desenfreada, ausente de uma política efetiva de preservação do meio ambiente.

O homem moderno, segundo o documentário, parece participar de uma intricada estatística entre milhões de números, catalogado. Qualquer coisa do assombroso Tempos Modernos, de Chaplin ou o Admirável Mundo Novo, de Huxley, que ao meu ver é melancólico.

A exposição chocante desse rompimento do Homem com a Natureza ( que o acompanhou em sua própria evolução) parece ser o prenúncio do caos. O filme parece querer delatar que o mundo chegou num limite intolerável. O desequilíbrio social profundo - a exemplo de toneladas de alimentos jogados fora enquanto incontáveis morrem de fome. O stablishment e a presente estrutura econômica são defeituosas.

Sendo o homem protagonista dessa teia, não percebe que destruíndo a natureza e o próximo - digo de passagem os genocídios - destrói a si mesmo. Para mim, nunca a Teoria de Super- Homem de Nietzsch me pareceu tão perigosa: 'O Homem que se baste por si mesmo'.

Mesmo que de forma sutil, o filme faz uma referência aos 'efeitos da globalização', vou chamar assim. Em sua prática, a globalização é deturpada e perversa. Os países periféricos impossibilitados de participar do modelo político e econômico contemporâneo, sofrerão consequências desastrosas, e uma delas: civilizações varridas do mapa. Darwin já apregoava que as espécies mais fortes sobrevivem às intempéries - de fato.

Esquecendo um pouco a Teoria da Revolução e a Biologia, existem práticas, religiões e costumes característicos em cada povo, porém no século XIX, intensificando o poderio europeu, sociedades milenares foram sendo subjugadas à essa influência. Ocorreu - e ocorre - uma dominação política, econômica e religiosa ocidental, e por isso mesmo tudo que fosse ocidental era (é?), julgado superior. A globalização nada mais é que uma consequência desse processo, e o documentário enfatiza esse aspecto, demonstrando a pobreza e o abismo social reinante.

Outro detalhe enfatizado no filme é a cultura: A globalização pretende ser - inclusive - cultural, abolindo culturas milenares, dando lugar auma supremacia cultural de uma elite de países ricos.

A cultura está presente não apenas numa composição de Strauss - que era europeu - mas em um frágil colar indígena ou num mantra indiano. Talvez por isso o cineasta tenha feito questão de filmar a postura de cada povo, seus rituais milenares repassados no sopro das gerações. E a cultura também é necessária para o meio ambiente. Foi através dela, por exemplo, que civilizãções aprenderam a respeitar e a lidar com a Natureza.

O filme, pessoalmente, me apontou que vivemos numa era quase 'apocalíptica'. Insistindo nesse presente desastroso, o futuro da raça humana parece incerto. Nunca o homem esteve tão frágil e tão só - a propósito da tecnologia e ass facilidades da comunicação. A globalização me parece um facismo disfarçado, pseudo-democracia irracional. Quase a associo com uma frase memorável de H.Goering (nazista e braço direito de Adolf Hitler)

"Quando ouço falar de uma cultura que não seja a nossa, puxo o meu revólver".

Karla Marília

http://br.youtube.com/watch?v=dYZ8RWqqicQ

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O Peixe dentro d' água

Olha, na real: não estou vendo nenhuma graça nessa olimpíada. Será que estou ficando velha e ranzinza, achando tudo chato e sem cor? Provavelmente, mas não é só isso. E só para começar, vamos na sucessão de fiascos: no tal Estádio Ninho do Pássaro (lindo, diga-se de passagem), a abertura remete à Harmonia... E que diacho de harmonia é essa da China que luta com um povo que só medita e a religião oficial é o budismo? Essa com o Tibet vai longe... Mais alguns séculos quem sabe e a China fica 'harmônica'. E sabe aquela chinesinha bonitinha e risonha com uma voz lindinha? Pois é, a voz não era dela. Era de uma outra chinesinha Yang Peiyi, que foi "vetada" por que parecia muito "feinha". Grande coisa. Prá mim esses orientais todos tem a mesma cara.
E agora me vem mais essa: aparece um tal de Phelps - desculpe minha ignorância, mas eu nunca vi mais gordo, não sei quem é esse cara - que não sai mais da TV. Também pudera: botou todo mundo no chinelo, aliás, nos pés-de-pato, por que o rapaz me vai e ganha sei lá quantas medalhas (até agora foram seis, sabe-se lá quantas amanhã). Ah, não importa: a questão é que eu não aguento mais essa história de phelps -prá -cá-phelps-prá-lá, parece mantra indiano, ou chinês ( na China tem mantra?, ah, deve ter, lá tem de tudo).
Mas o pior mesmo, que é de matar, é que quase tudo de legal que acontece no raio da Olimpiada (ui, esqueci o acento) passa na TV de madrugada. De qualquer forma, de dia, consegui ver as ginastas brasileiras que são sempre graciosas.
Bom, essa olimpíada não me empolgou. Mas é que realmente estou ficando ranzinza, velha, poucas coisas me empolgam mesmo. Mas inegavelmente, a abertura foi de matar. Imponente como a Muralha, colorida como as vestes das antigas gueixas, imbatível como os samurais... Mas aí vem a pergunta que não quer calar: Como fica o Tibet?


Obs: Na próxima trago curiosidades e fiascos. De quê? Das olimpíadas, pô, o assunto agora é só esse!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Acordeón Eletrônico

Com música sou meio obsessiva mesmo, gostamos de uma, ouvimos interminavelmente, os acordes, refrões e por aí vai. E o novo objeto desse meu traço meio maníaco é o grupo Bajo Fondo. Se uruguaios e argetinos viviam se estapeando por causa do tango e que país o inventou, nesse caso BajoFondo teve uma saída diplomática: formado por argentinos e uruguaios, os caras fizeram um tal de 'Tango Fusion' ( ou Eletro Tango, como queiram) e o resultado foram batidas sexies e elegantes, acordeon eletrônico e staccato marcado: uma coisinha de louco.
Os caras não estão nem aí se o tango nasceu nos bordéis de Buenos Aires ou Montevidéu, pouco importa: o que eles querem mesmo é anarquizar com o tradicional, botar umas batidas estilosas, desconstruir e reestruturar. A aparente maluquice experimental fica mais evidente na empolgante "Pa Bailar". Sem falar no clipe ultra sexy, com mulheres de pernas perfeitas e hombres dançando ora em um salão, ora numa boate.
Aqui no Brasil a galera já ouve Bajo Fondo na abertura da novela da globo "A Favorita", mas o grupo está na estrada há muito: em 2007 lançaram o CD "Mar Dulce". Apesar da estampa modernosa, o tango de Bajo Fondo se rende à milonga e bebe na fonte das melodias dos músicos mais antigões. "Mar Dulce" é o terceiro álbum do Bajofondo. E parece que o grupo está nas mãos de quem sabe o que faz: o responsável pela loucura musical é Santaolalla que já ganhou dois Oscars pelas trilhas de "O Segredo de Brokeback Mountain" e "Babel".
Sei lá como e onde nasceu o tango, me perdoem os livros de História, mas eu vou dançar: Alguém aceita essa contradança?


Para conferir se o treco presta mesmo:

http://www.youtube.com/watch?v=R0sEpDYko6g