Com abundância aterradora de imagens, o documentário a mim pareceu semelhante aos trabalhos do cineasta Akiro Kurosawa (diga-se de passagem, o belíssimo Sonhos).
O homem foi retratado de uma forma realista. A batalha contra o Tempo, a vida moderna e a tecnologia, que, ironicamente, nem sempre está a favor da Humanidade. Paralelo a esse raciocínio, imagens de tribos e civilizações milenares são descortinadas perante nossos olhos. Seus rituais ancestrais demonstram a ligação extremada do gênero humano com a água, o fogo, enfim, com os elementos e o meio onde vive.
A impressão é que o homem moderno rompeu o elo que havia com a natureza. A sagrada relação de respeito e ternura, com a natureza - a qual o homem faz parte - foi desgastada.Observando a postura atual da raça humana, observa-se que o desgaste foi promovido por uma assombrosa expansão tecnológica desenfreada, ausente de uma política efetiva de preservação do meio ambiente.
O homem moderno, segundo o documentário, parece participar de uma intricada estatística entre milhões de números, catalogado. Qualquer coisa do assombroso Tempos Modernos, de Chaplin ou o Admirável Mundo Novo, de Huxley, que ao meu ver é melancólico.
A exposição chocante desse rompimento do Homem com a Natureza ( que o acompanhou em sua própria evolução) parece ser o prenúncio do caos. O filme parece querer delatar que o mundo chegou num limite intolerável. O desequilíbrio social profundo - a exemplo de toneladas de alimentos jogados fora enquanto incontáveis morrem de fome. O stablishment e a presente estrutura econômica são defeituosas.
Sendo o homem protagonista dessa teia, não percebe que destruíndo a natureza e o próximo - digo de passagem os genocídios - destrói a si mesmo. Para mim, nunca a Teoria de Super- Homem de Nietzsch me pareceu tão perigosa: 'O Homem que se baste por si mesmo'.
Mesmo que de forma sutil, o filme faz uma referência aos 'efeitos da globalização', vou chamar assim. Em sua prática, a globalização é deturpada e perversa. Os países periféricos impossibilitados de participar do modelo político e econômico contemporâneo, sofrerão consequências desastrosas, e uma delas: civilizações varridas do mapa. Darwin já apregoava que as espécies mais fortes sobrevivem às intempéries - de fato.
Esquecendo um pouco a Teoria da Revolução e a Biologia, existem práticas, religiões e costumes característicos em cada povo, porém no século XIX, intensificando o poderio europeu, sociedades milenares foram sendo subjugadas à essa influência. Ocorreu - e ocorre - uma dominação política, econômica e religiosa ocidental, e por isso mesmo tudo que fosse ocidental era (é?), julgado superior. A globalização nada mais é que uma consequência desse processo, e o documentário enfatiza esse aspecto, demonstrando a pobreza e o abismo social reinante.
Outro detalhe enfatizado no filme é a cultura: A globalização pretende ser - inclusive - cultural, abolindo culturas milenares, dando lugar auma supremacia cultural de uma elite de países ricos.
A cultura está presente não apenas numa composição de Strauss - que era europeu - mas em um frágil colar indígena ou num mantra indiano. Talvez por isso o cineasta tenha feito questão de filmar a postura de cada povo, seus rituais milenares repassados no sopro das gerações. E a cultura também é necessária para o meio ambiente. Foi através dela, por exemplo, que civilizãções aprenderam a respeitar e a lidar com a Natureza.
O filme, pessoalmente, me apontou que vivemos numa era quase 'apocalíptica'. Insistindo nesse presente desastroso, o futuro da raça humana parece incerto. Nunca o homem esteve tão frágil e tão só - a propósito da tecnologia e ass facilidades da comunicação. A globalização me parece um facismo disfarçado, pseudo-democracia irracional. Quase a associo com uma frase memorável de H.Goering (nazista e braço direito de Adolf Hitler)
"Quando ouço falar de uma cultura que não seja a nossa, puxo o meu revólver".
Karla Marília
http://br.youtube.com/watch?v=dYZ8RWqqicQ
O homem foi retratado de uma forma realista. A batalha contra o Tempo, a vida moderna e a tecnologia, que, ironicamente, nem sempre está a favor da Humanidade. Paralelo a esse raciocínio, imagens de tribos e civilizações milenares são descortinadas perante nossos olhos. Seus rituais ancestrais demonstram a ligação extremada do gênero humano com a água, o fogo, enfim, com os elementos e o meio onde vive.
A impressão é que o homem moderno rompeu o elo que havia com a natureza. A sagrada relação de respeito e ternura, com a natureza - a qual o homem faz parte - foi desgastada.Observando a postura atual da raça humana, observa-se que o desgaste foi promovido por uma assombrosa expansão tecnológica desenfreada, ausente de uma política efetiva de preservação do meio ambiente.
O homem moderno, segundo o documentário, parece participar de uma intricada estatística entre milhões de números, catalogado. Qualquer coisa do assombroso Tempos Modernos, de Chaplin ou o Admirável Mundo Novo, de Huxley, que ao meu ver é melancólico.
A exposição chocante desse rompimento do Homem com a Natureza ( que o acompanhou em sua própria evolução) parece ser o prenúncio do caos. O filme parece querer delatar que o mundo chegou num limite intolerável. O desequilíbrio social profundo - a exemplo de toneladas de alimentos jogados fora enquanto incontáveis morrem de fome. O stablishment e a presente estrutura econômica são defeituosas.
Sendo o homem protagonista dessa teia, não percebe que destruíndo a natureza e o próximo - digo de passagem os genocídios - destrói a si mesmo. Para mim, nunca a Teoria de Super- Homem de Nietzsch me pareceu tão perigosa: 'O Homem que se baste por si mesmo'.
Mesmo que de forma sutil, o filme faz uma referência aos 'efeitos da globalização', vou chamar assim. Em sua prática, a globalização é deturpada e perversa. Os países periféricos impossibilitados de participar do modelo político e econômico contemporâneo, sofrerão consequências desastrosas, e uma delas: civilizações varridas do mapa. Darwin já apregoava que as espécies mais fortes sobrevivem às intempéries - de fato.
Esquecendo um pouco a Teoria da Revolução e a Biologia, existem práticas, religiões e costumes característicos em cada povo, porém no século XIX, intensificando o poderio europeu, sociedades milenares foram sendo subjugadas à essa influência. Ocorreu - e ocorre - uma dominação política, econômica e religiosa ocidental, e por isso mesmo tudo que fosse ocidental era (é?), julgado superior. A globalização nada mais é que uma consequência desse processo, e o documentário enfatiza esse aspecto, demonstrando a pobreza e o abismo social reinante.
Outro detalhe enfatizado no filme é a cultura: A globalização pretende ser - inclusive - cultural, abolindo culturas milenares, dando lugar auma supremacia cultural de uma elite de países ricos.
A cultura está presente não apenas numa composição de Strauss - que era europeu - mas em um frágil colar indígena ou num mantra indiano. Talvez por isso o cineasta tenha feito questão de filmar a postura de cada povo, seus rituais milenares repassados no sopro das gerações. E a cultura também é necessária para o meio ambiente. Foi através dela, por exemplo, que civilizãções aprenderam a respeitar e a lidar com a Natureza.
O filme, pessoalmente, me apontou que vivemos numa era quase 'apocalíptica'. Insistindo nesse presente desastroso, o futuro da raça humana parece incerto. Nunca o homem esteve tão frágil e tão só - a propósito da tecnologia e ass facilidades da comunicação. A globalização me parece um facismo disfarçado, pseudo-democracia irracional. Quase a associo com uma frase memorável de H.Goering (nazista e braço direito de Adolf Hitler)
"Quando ouço falar de uma cultura que não seja a nossa, puxo o meu revólver".
Karla Marília
http://br.youtube.com/watch?v=dYZ8RWqqicQ
Um comentário:
vi e gostei
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